31/07/2013

Um ato de barbárie

O jornal O Globo publicou um ato de real ódio e barbárie contra  Deus,  contra a Igreja Católica e contra cada um de nós católicos, em 27.07.2013, no sábado da Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro. Foi a tal “Marcha das Vadias”, com mulheres nuas e pintadas, que se misturaram aos peregrinos. As exóticas e excêntricas manifestantes quebraram imagens sacras na Praia de Copacabana, pisoteando inclusive o Crucifixo sagrado. Os peregrinos da JMJ que estavam no local reclamaram da manifestação que não respeitava nada e ninguém, nem mesmo o sagrado.
A ação partiu de um casal que estava nu, tampando os órgãos sexuais com símbolos religiosos, com um quadro com a pintura de Jesus Cristo. Esculturas de Nossa Senhora Aparecida e Nossa Senhora de Fátima foram destruídas. Em um ponto do protesto, eles juntaram cruzes, jogaram camisinhas em cima e começaram pisar nos artigos religiosos. Um dos manifestantes chegou a botar um preservativo na cabeça de Nossa Senhora.
Parece até uma represália do inferno contra o mar de bênçãos que o Papa Francisco veio trazer ao Brasil neste momento em que assistimos tanta imoralidade em nossa  Pátria, junto com tanta corrupção, miséria e violência. São Paulo na Carta aos tessalonicenses explica: “Ninguém de modo algum vos engane. Porque primeiro deve vir a apostasia, e deve manifestar-se o homem da iniquidade, o filho da perdição, já falava o adversário, aquele que se levanta contra tudo o que é divino e sagrado, a ponto de tomar lugar no templo de Deus, e apresentar-se como se fosse Deus” (2 Ts 2,3-4).
O Mal não poderia se calar diante de tanta manifestação do sagrado e do amor de Deus entre nós. Quando muitos achavam que a Igreja do Senhor estava sufocada pelos pecados de alguns de seus filhos, e por uma propaganda maldosa contra ela, os jovens se levantaram para manifestar-lhe o seu amor e a disposição de lhe servir como o Cristo ensinou.
Temos o direito de perguntar que “direito” perverso é esse que lhes autoriza a desrespeitar as pessoas e aquilo que lhes é mais sagrado, a sua fé, o seu Deus. O que as autoridades constituídas fizeram para coibir atos desta natureza que são criminosos?
É de se lamentar que na era do computador e do telefone celular, do tweeter e do facebook, ainda exista tanto barbarismo e desrespeito às pessoas. O que mais me espanta é ver que a mesma mídia, sempre pronta e rápida a protestar contra os menores erros dos filhos da Igreja, diante desta barbárie se cale.
Prof. Felipe Aquino

30/07/2013

Prof. Felipe Aquino: A Caridade do Papa Francisco

O Papa Francisco renovou entre nós a verdadeira caridade cristã, sem precisar de ideologias, de luta de classe, de marxismo, violências, invasões, desrespeito às leis, ou coisas piores, e sem ódios aos ricos. 
Ele reviveu a verdadeira caridade que Jesus nos deixou, a do bom Samaritano, do socorro aos doentes, aos presos, aos drogados, aos famintos, aos nus, aos pequenos, etc. Ele reascendeu em todos nós a autêntica caridade que a Igreja sempre fez nestes dois mil anos.

O Papa quer que vivamos a caridade simples e pura de São Francisco, de Madre de Calcutá, de São Vicente de Paulo, de Irmã Dulce, de São Camilo de Lelis; a caridade de milhares santos e santas, de bispos, padres, freiras, leigos, etc..
A Igreja Católica é a Instituição que mais caridade fez e faz no mundo, em todos os tempos. Se ela saísse hoje da África, 60% das escolas e hospitais seriam fechados. Quando a epidemia de Aids estourou nos EUA e as autoridades não sabiam o que fazer eles chamaram as freiras da Igreja para cuidar dos doentes porque ninguém mais queria fazê-lo.
No Brasil, até 1950, quando não existia nenhuma política de saúde pública eram as Casas de caridade da Igreja que cuidavam das pessoas que não tinham condições de pagar um hospital. Quem fundou as Santas Casas de Misericórdia?
A Igreja Católica mantém na Ásia 1.076 hospitais; 3.400 dispensários; 330 leprosários; 1.685 asilos;3.900 orfanatos; 2.960 jardins de infância. Na África: 964 hospitais; 5.000 dispensários; 260 leprosários; 650 asilos, 800 orfanatos; 2.000 jardins de infância. Na América: 1.900 hospitais; 5.400 dispensários; 50 leprosários; 3.700 asilos, 2.500 orfanatos; 4.200 jardins de infância. Na Oceania: 170 hospitais; 180 dispensários; 1 leprosário; 360 asilos; 60 orfanatos; 90 jardins de infância. Na Europa: 1.230 hospitais; 2.450 dispensários; 4 Leprosários; 7.970 asilos; 2.370 jardins de infância.
É esta caridade que o Papa Francisco veio reacender entre nós, com tudo o mais que nos deixou de fé, esperança, caridade, bondade, mansidão, pobreza evangélica, simplicidade…
Entre tantos outros ensinamentos ele nos pediu a “cultura da solidariedade”, contra a do desperdício, contra a cultura do provisório, do individualismo, do egoísmo. Pediu a revolução da ternura e do acolhimento. E pediu que a Igreja vá para as ruas, porque, disse, “o pastor deve sentir o cheiro das ovelhas”. Mostrou inclusive que “a política é uma das formas mais altas de caridade porque promove o bem comum”. Tenho disto que a política é boa, o que é mal é a politicagem.
Venceu o amor, venceu o Papa, venceu o povo, venceu a Igreja, venceu Deus.

Papa deixou cheques para paróquia de Varginha e hospital São Francisco

O arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani João Tempesta, afirmou nesta segunda-feira, 29, que o Papa Francisco deixou uma contribuição em dinheiro para a comunidade de Varginha e também para o Hospital São Francisco, na Tijuca.

"O Papa deixou auxílio, um cheque de 20 mil euros tanto para a paróquia de Varginha quanto ali para o hospital", afirmou dom Orani.

Papa visitou o Hospital São Francisco na quarta-feira, 24, quando se encontrou com ex-dependentes. A comunidade de Varginha foi visitada no dia seguinte, quinta-feira, 25.

Para o arcebispo, a transferência da vigília e da missa de envio de Guaratiba foi o momento mais difícil da Jornada Mundial da Juventude (JMJ).

Apesar disso, ele avalia que a realização do evento em Copacabana foi um "exemplo do jeito brasileiro de resolver as coisas". Ainda segundo ele, Guaratiba não ficará "esquecida". "O mundo olhou para aquela região", disse.

Dom Orani afirmou que realizar a vigília e a missa em Guaratiba era um sonho da arquidiocese e que a Igreja contou com parcerias para tornar possível a infraestrutura. Mas, dom Orani ressaltou que o Brasil viveu dias de clima atípico, que influenciaram as condições no Rio de Janeiro.

"Nós sonhamos, nós planejamos, nós nos preocupamos com tudo. E tem as surpresas que ocorrem e que não estão dentro do nosso planejamento", disse. "Quem está acostumado com frio de 14º C, 10º C, a última semana com frio, inclusive".

"Deus atua também através daquilo que não imaginamos", disse. "Surpresas fazem parte", disse.

Mas, para o arcebispo, a mudança do evento para Copacabana também foi uma oportunidade de superação. "O povo carioca deu um belo exemplo", disse, ressaltando que tudo correu bem e não foram registrados problemas significativos.

Segundo dom Orani, bispos e religiosos envolvidos no acolhimento dos peregrinos relataram que osvisitantes se mostraram impressionados com o "calor" do povo carioca, que foi um dos destaques da Jornada.

Fonte: G1

28/07/2013

Vaticano considera Jornada da Juventude um sucesso

Após seis dias de visita do papa Francisco ao Brasil e a reunião de 3,2 milhões de pessoas em uma missa em Copacabana, no Rio de Janeiro, o Vaticano considerou a JMJ (Jornada Mundial da Juventude) um sucesso.

Ao se dirigir aos jovens durante sua estada, o papa fez diversas referências para estimular os fiéis a atuarem como missionários para espalhar a fé católica pela sociedade. Segundo analistas, esse era um dos principais focos da visita, considerando-se um contexto no qual o percentual de católicos vem caindo no país.

Dados do último Censo, em 2010, revelaram que os católicos somavam 123,3 milhões, ou 64,6% da população brasileira, contra aproximadamente 125 milhões, ou 73,6% do total, em 2000.

Ao se despedir dos brasileiros, em cerimônia na base aérea do Galeão neste domingo, Francisco afirmou ter rezado para a Virgem Maria pedindo que ela reabasteça a fé cristã no Brasil.

O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, disse que os objetivos da jornada foram atingidos. Ele ressaltou a força da parcela jovem da Igreja no Brasil e elogiou a capacidade dos organizadores do evento para transferir rapidamente a Vigília dos Jovens e a Santa Missa de um terreno em Guaratiba - que ficou encharcado por causa das chuvas - para a praia de Copacabana.

Enquanto esteve no Brasil, o papa passou uma imagem de carisma ao beijar crianças, abraçar fiéis, visitar uma favela e um local de tratamento para dependentes químicos, sobrevoar a estátua do Cristo, no Rio, entre outras atividades. Enquanto isso acontecia, aumentava o número de participantes dos eventos previstos na agenda do pontífice.

Ao reunir 3,2 milhões de pessoas na Santa Missa, na manhã de domingo em Copacabana, a versão brasileira da JMJ se tornou a segunda maior edição do evento na história, desde sua criação em 1984. A maior reunião de fiéis ocorreu em 1995, quando o papa João Paulo 2º vistiou Manila, nas Filipinas.

O evento também representou a maior concentração de público da história da praia de Copacabana, segundo a Prefeitura do Rio.

O instituto Datafolha afirmou que o número de participantes, divulgado pela organização do evento, foi superestimado. A entidade avalia que o público total girou entre um milhão e 1,2 milhão de pessoas.

Polônia

Um dos principais anúncios do papa no seu último dia de vista ao Brasil foi a realização da próxima edição da Jornada Mundial da Juventude em 2016 na Cracóvia, a segunda maior cidade e capital cultural da Polônia.

O anúncio foi celebrado imeditamente na praia de Copacabana por dezenas de poloneses que acompanhavam a missa.

O evento será uma homenagem ao papa João Paulo 2º, que criou a JMJ, foi cardeal de Cracóvia e pode ser canonizado nos próximos meses, segundo o Vaticano.

"Naturalmente com a perspectiva de canonização de João Paulo 2º nos próximos meses é interessante realizar a próxima Jornada em sua cidade, porque ele com certeza será o protetor da Jornada", disse Lombardi.

O arcebispo de Cracóvia, o cardeal Stanislaw Dziwisz, afirmou que receber o evento será uma honra e uma grande responsabilidade. Em 2016, a Polônia, cuja população é majoritariamente católica, celebra seu aniversário de 1050 anos de batismo - quando teve início a cristianização do país.

fonte:http://noticias.terra.com.br/mundo/europa/renuncia-do-papa/vaticano-considera-jornada-da-juventude-um-sucesso,0a8a4d8ebd520410VgnCLD2000000ec6eb0aRCRD.html

Fantástico exibe entrevista exclusiva com Papa Francisco

O Fantástico deste domingo (28) exibe entrevista exclusiva com o Papa Francisco, a primeira a um jornalista desde sua eleição. Na sua visita ao Brasil, o sumo pontífice encontrou tempo na agenda para receber o repórter Gerson Camarotti, da GloboNews, para uma conversa franca.
Na entrevista, o papa abordou assuntos difíceis, como os escândalos no Vaticano e os desafios da Igreja Católica para atrair fiéis. Comentou também a acolhida que teve no Brasil, durante a Jornada Mundial da Juventude, e deu lições de humildade, solidariedade e humanidade.
Francisco também explicou a atitude que toma em relação a sua segurança.
“Eu não sinto medo. Sei que ninguém morre de véspera. Quando acontecer, o que Deus permitir, será. Eu não poderia vir ver este povo, que tem um coração tão grande, detrás de  uma caixa de vidro. As duas seguranças (do Vaticano e do Brasil) trabalharam muito bem. Mas ambas sabem que sou um indisciplinado nesse aspecto.”
Leia, a seguir, trechos da entrevista concedida pelo Papa a Gerson Camarotti.

Rivalidade entre Brasil e Argentina
“O povo brasileiro tem um grande coração. Quanto à rivalidade, creio que já está totalmente superada. Porque negociamos bem: o Papa é argentino e Deus é brasileiro.”
Pobreza x ostentação
“Penso que temos que dar testemunho de uma certa simplicidade - eu diria, inclusive, de pobreza. O povo sente seu coração magoado quando nós,  as pessoas consagradas, são apegadas a dinheiro.”
Perda de fiéis
“Não saberia explicar esse fenômeno. Vou levantar uma hipótese. Pra mim é fundamental a proximidade da Igreja. Porque a Igreja é mãe, e nem você nem eu conhecemos uma mãe por correspondência. A mãe... dá carinho, toca, beija, ama. Quando a Igreja, ocupada com mil coisas, se descuida dessa proximidade, se descuida disso e só se comunica com documentos, é como uma mãe que se comunica com seu filho por carta. Não sei se foi isso o que aconteceu no Brasil. Não sei, mas sei que em alguns lugares da Argentina que conheço isso aconteceu.”
Escândalos no Vaticano
“Agora mesmo, temos um escândalo de transferência de 10 ou 20 milhões de dólares de monsenhor. Belo favor faz esse senhor à Igreja, não é? Mas é preciso reconhecer que ele agiu mal, e a Igreja tem que dar a ele a punição que merece, pois agiu mal. No momento do conclave, antes temos o que chamamos congregações gerais - uma semana de reuniões dos cardeais. Naquela ocasião, falamos claramente dos problemas. Falamos de tudo. Porque estávamos sozinhos, e para saber qual era a realidade e traçar o perfil do novo Papa. E dali saíram problemas sérios, derivados em parte de tudo o que vocês conhecem: do Vatileaks e assim por diante. Havia problemas de escândalos. Mas também havia os santos. Esses homens que deram sua vida para trabalhar pela Igreja de maneira silenciosa no Conselho Apostólico.”
Os jovens
“Com toda a franqueza lhe digo: não sei bem por que os jovens estão protestando. Esse é o primeiro ponto. Segundo ponto: um jovem que não protesta não me agrada. Porque o jovem tem a ilusão da utopia, e a utopia não é sempre ruim. A utopia é respirar e olhar adiante. O jovem é mais espontâneo, não tem tanta experiência de vida, é verdade. Mas às vezes a experiência nos freia. E ele tem mais energia para defender suas ideias. O jovem é essencialmente um inconformista. E isso é muito lindo! É preciso ouvir os jovens, dar-lhes lugares para se expressar, e cuidar para que não sejam manipulados.”

Papa alerta contra 'ídolos passageiros' em sua 1a. missa na América Latina

O papa Francisco denunciou nesta quarta-feira os "ídolos passageiros", como o dinheiro e o poder, em sua primeira missa pública na América Latina, realizada no maior santuário católico do Brasil, dedicado à padroeira do país, Nossa Senhora Aparecida.
"É verdade que, hoje em dia, em certa medida, todos, incluindo nossos jovens, se sentem atraídos por tantos ídolos que se colocam no lugar de Deus e parecem dar esperança: o dinheiro, o sucesso, o poder, o prazer", afirmou o Papa argentino, de 76 anos, diante de cerca de 200.000 fiéis.
"Frequentemente, uma sensação de solidão e de vazio entra no coração de muitos e conduz à busca de compensações, destes ídolos passageiros", continuou.
O primeiro papa latino-americano da história, defensor de uma Igreja mais próxima aos pobres, também convocou aos jovens a transmitirem valores que os tornem artífices de uma nação e de um mundo mais justo, solidário e fraterno.
Papa Francisco também pediu aos católicos que sejam "alegres, nunca tristes".
"O cristão não pode ser pessimista! Não pode ter uma cara de quem parece num constante estado de luto", pregou durante a homilia.
Ele esteve no santuário de Aparecida em 2007, durante a V Conferência Episcopoal Latino-americana e do Caribe (Celam). Na época, o então arcebispo de Buenos Aires, o cardeal argentino Jorge Bergoglio presidiu a comissão de redigiu o documento final, de forte conteúdo social e político, enfatizando "a opção pelos pobres" nesta região onde vivem mais de 40% dos católicos do mundo.
Apesar da chuva e do frio de 7ºC, milhares de pessoas passaram a noite nas ruas de Aparecida para entrar no santuário da padroeira do Brasil.
"Queremos ouvir uma mensagem de esperança. É disso que precisamos. Queremos que o papa nos diga que existe esperança de existir um mundo melhor para todos e queremos também que o exemplo de Francisco renove a Igreja, que precisa muito dele", disse à AFP Gislaine Wertz de Almeida, 39 anos, que veio de Minas Gerais para ver o Papa.
Antes de receber Francisco, Aparecida foi visitada em 1980 por João Paulo II e em 2007 por Bento XVI.
Cerca de 5.000 policiais e militares se encarregam da segurança do local. No último domingo uma pequena bomba de fabricação caseira foi encontrada em um dos banheiros do santuário, informou o exército.
"Que alegria vir até a casa da mãe de cada brasileiro! Quis vir até aqui para pedir a Maria sucesso na Jornada Mundial da Juventude e colocar em seus pés a vida do povo latino-americano", disse Francisco na suntuosa basílica de ladrilhos cor-de-rosa, com capacidade para aproximadamente 15.000 pessoas.
-- Caos de transporte e falhas na segurança --
O estilo informal do Papa causou problemas à organização durante sua chegada ao Rio de Janeiro nesta segunda-feira, quando o carro que o transportava ficou preso diversas vezes em engarrafamentos no centro da cidade, em meio a uma multidão de fiéis.
Algumas mudanças na agenda de Francisco no Brasil foram decididas na terça-feira, após uma "importante reunião" sobre sua logística e segurança no Brasil, anunciou seu porta-voz, o padre Federico Lombardi.
Na noite desta quarta-feira, quando o Papa retorna de Aparecida ao Rio de Janeiro, ele deve ser transportado em carro fechado - e não no papamóvel, como estava previsto inicialmente - até o bairro da Tijuca, onde inaugurará uma ala de recuperação para dependentes químicos num hospital franciscano.
Na terça-feira, horas antes do início da missa inaugural da JMJ, que reuniu cerca de 500.000 pessoas em Copacabana, o metrô do Rio ficou parado por mais de duas horas. O problema, de origem elétrica, deixou vários milhares de peregrinos presos em diversos pontos da cidade.
Apesar de sua popularidade, o Papa chegou ao Brasil em meio a protestos contra os altos custos de sua visita e da JMJ, estimados em 53 milhões de dólares, que terminaram em violência.
A juventude que espera pelo Papa quer mudanças para que a Igreja se modernize e se aproxime dos novos tempos.
Em recente pesquisa divulgada pelo Ibope, boa parte dos jovens católicos braisleiros se disseram favoráveis a mudanças em posições mais conservadoras da Igreja, como a união de casais homossexuais, o uso da pílula do dia seguinte e a descriminalização do aborto.

Papa Francisco pede que jovens levem Evangelho às periferias em missa à beira-mar

O papa Francisco incentivou os jovens católicos para que saiam sem medo de evangelizar, numa missa celebrada à beira-mar neste domingo frio e ensolarado na praia de Copacabana, que tem um público estimado em três milhões de pessoas.
"O Evangelho é para todos, e não apenas para alguns. Não é apenas para aqueles que nos parecem mais próximos, mais abertos, mais acolhedores. É para todas as pessoas. Não tenham medo de ir e levar Cristo para todos os ambientes, até as periferias existenciais, incluindo aos que parecem mais distantes, mais indiferentes", disse o primeiro papa latino-americano da história, alternando entre o português e o espanhol.
Enquanto a missa acontecia, dezenas de pessoas aproveitavam o sol para tomar um banho de mar.
O primeiro papa latino-americano andou pela Avenida Atlântica a bordo do papamóvel saudando as centenas de milhares de peregrinos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) que aguardavam sua chegada após passarem a noite na praia, numa gigantesca em vigília na qual não faltaram cânticos e orações.
O Santo Padre, de 76 anos, estendeu a mão aos fiéis e, novamente, tomou o chimarrão oferecido por um jovem. "Viva o Papa!", gritava a multidão em delírio.
A multidão de jovens protagonizou um gigantesco 'flashmob', com música e coreografias, onde até sacerdotes, bispos e cardeais entraram na dança.
"A sensação de ver isto é de que a Igreja é uma só. Foi muito emocionante", disse à AFP a brasileira Raquel Maria Pedro Saad, 19 anos.
Na véspera, no início da vigília, o Papa pediu para que os jovens vivam, de fato, a vida, e não a acompanhem de longe, sejam protagonistas da mudança, se interessem pela política e pelos problemas sociais e não se deixem vencer pela apatia.
"Os jovens nas ruas querem ser protagonistas da mudança. Por favor, não deixem que outros sejam protagonistas da mudança", pediu diante de dois milhões de pessoas que o aclamavam, muitas delas chorando, após os recentes protestos que sacudiram as ruas do Brasil pedindo melhores serviços públicos e criticando a corrupção e os gastos excessivos do governo.
O Papa, que nunca concede entrevistas, falou à rádio da Arquidiocese do Rio, e disse que a família "é importante, necessária, para a sobrevivência da humanidade". Francisco ressaltou mais uma vez a importância da "solidariedade", e lamentou que a palavra às vezes seja mal interpretada.
Francisco almoçará mais tarde com o comitê de coordenação da Conferência Episcopal Latino-Americana (Celam), integrado por 45 bispos, na residência do Sumaré, em meio à exuberante floresta tropical atlântica. Ali pronunciará um discurso destinado aos bispos da região onde nasceu e viveu por quase toda a sua vida este argentino filho de italianos.
No Brasil, Francisco convocou a Igreja a reconquistar os que se tornaram evangélicos ou que vivem sem Deus, buscando a simplicidade em atos e palavras e trabalhando em favelas e comunidades carentes para frear a sangria de fiéis.
Assim como no Brasil, o país com mais católicos do mundo, no resto da região a Igreja católica perde espaço diante de um crescimento das igrejas neo-pentecostais e das pessoas sem religião.
E, como fez diante dos jovens, Francisco pediu que os bispos e cardeais brasileiros não tenham medo de se envolver em assuntos relativos "à educação, à saúde, à paz social", que são "as urgências do Brasil", convocando-os a se comprometer mais politicamente.
O Papa disse que a Igreja brasileira aplicou com originalidade o Concílio Vaticano II (1962-1965), que adaptou a Igreja aos tempos modernos e mudou seu perfil fechado e doutrinário para o de uma Igreja pastoral.
Se referiu - sem mencionar diretamente - à Teologia da Libertação como uma das "doenças infantis" que a Igreja brasileira conseguiu superar.
Antes de retornar ao Vaticano, às 19h00, sua intensa agenda prevê uma reunião com os milhares de voluntários da JMJ no centro de conferências Riocentro, na zona oeste da cidade, e um discurso de despedida no aeroporto internacional, o 15º e último de sua visita.

22/07/2013

Brasil: Papa irá saudar fiéis de papamóvel em Aparecida- SP

O site Zenit informou que as comitivas pontifícias de liturgia e segurança estiveram em Aparecida-SP, para acertar os detalhes da visita do Papa Francisco.
O Papa Francisco irá percorrer a cidade com o papamóvel por 45 minutos. Sendo assim, uma das solicitações apresentadas pela comitiva, foi a retirada de quebra-molas das ruas e avenidas por onde o papamóvel irá circular.
Segundo o bispo auxiliar da arquidiocese de Aparecida, Dom Darci José Nicioli, todos os fiéis verão o Santo Padre quando ele passar de papamóvel. “Será um trajeto bem lento, para que todos tenham a oportunidade de vê-lo. O público ficará distante alguns metros, devido às barreiras, mas todos verão o Pontífice passar”, garantiu durante coletiva à imprensa.
A coletiva contou ainda com a participação do Cardeal-arcebispo, Dom Raymundo Damasceno, e do reitor do Santuário, padre Domingos Sávio. Ainda segundo os bispos, se a Missa presidida pelo Papa for celebrada no interior da basílica, os fiéis passarão por detectores de metais para garantir a segurança.
Antes da celebração, no entanto, o Sumo Pontífice vai venerar a réplica da imagem de Nossa Senhora Aparecida na Capela dos Apóstolos. “O Papa quer que esta visita seja um momento íntimo, como devoto de Nossa Senhora. Vemos nisso uma vontade do Papa em renovar seu pontificado e oferecê-lo à Santa”, disse Dom Damasceno.
Dom Damasceno destacou que a celebração, que seguirá a liturgia da Festa da padroeira do Brasil, será concelebrada pelos bispos que vão acompanhar a visita: “Evidentemente, nós entendemos que o número de concelebrantes não será tão grande, já que a maioria já estará no Rio de Janeiro, em razão da JMJ”.
A comitiva litúrgica do Vaticano, presidida pelo monsenhor Guido Marini, voltará ao santuário dois dias antes da chegada do Papa Francisco para ensaiar a cerimônia com acólitos e diáconos.
“Todos os diáconos, padres e bispos que chegarem perto do Pontífice estarão credenciados, além dos que vão atendê-lo no seminário. Autoridades que participarão, como governador e o prefeito, serão credenciados também”, explicou Dom Damasceno.

Papa e o povo nas ruas do Rio de Janeiro

Segundo o site da CNBB (22/07/13), o primeiro contato do Papa Francisco com o povo se deu através do trajeto feito pelas ruas centrais do Rio de Janeiro, no qual o Santo Padre em um carro simples pode trafegar pela cidade maravilhosa.
Durante o percurso, houve cenas comoventes: o Papa Francisco não fechou o vidro da janela do carro e, em vários momentos, o carro quase parou por causa da proximidade das pessoas. Numa dessas situações, uma jovem mãe levou uma criança para perto do carro, de modo que os seguranças tiveram de dar uma criança para receber um abraço e um beijo do Papa.
Segundo informações das redes que transmitem o cortejo, houve um erro na entrada das ruas e o carro do Pontífice ficou entre um ônibus e a multidão. Por alguns instantes, o clima ficou mais tenso por parte de quem estava controlando a comitiva com os carros que se dirigem à Catedral do Rio. Lá, o Papa passará para um carro aberto pelo centro do Rio.

16/07/2013

A INQUISIÇÃO

Mais cedo ou mais tarde, qualquer discussão sobre apologética com os fundamentalistas irá abordar a Inquisição. Para os não católicos, é um escândalo; para os católicos, um embaraço; para ambos, uma confusão. É uma vara útil para um golpe esmagador católico, simplesmente porque a maioria dos católicos parece estar numa carência de uma resposta sensata. Este folheto irá esclarecer as coisas. 
Houve na verdade várias inquisições diferentes. A primeira foi criada em 1184 no sul da França como uma resposta à heresia cátara. Esta ficou conhecida como a Inquisição Medieval, e foi extinta assim que o Catarismo desapareceu. 
Bastante independente foi a Inquisição Romana, iniciada em 1542. Ela foi a menos ativa e mais benigna das três variantes.
Independente novamente foi a infame Inquisição Espanhola, iniciada em 1478, uma instituição estatal utilizada para identificar conversos - judeus e mouros (muçulmanos) que fingiam se converter ao Cristianismo para fins de vantagem política ou social e, secretamente, praticavam a sua primeira religião. Mais importante ainda, seu trabalho também era o de limpar os bons nomes de muitas pessoas que foram falsamente acusadas de serem hereges. Foi a Inquisição Espanhola que, pelo menos no imaginário popular, teve o pior recorde de cumprir esses deveres. 
As várias inquisições se estenderam através da maior parte de um milênio, e, coletivamente, podem ser chamadas de "Inquisição". 
As Principais Fontes
Os escritos fundamentalistas sobre a Inquisição se fiam nos livros de Henry C. Lea (1825-1909) e G.G. Coulton (1858-1947). Cada homem tem a maioria dos fatos certos e cada um progrediu em pesquisa básica, assim o devido o crédito não deve ser negado a eles. O problema é que eles não pesaram bem os fatos, porque nutriam animosidade feroz contra a Igreja – animosidade que tinha pouco a ver com a própria Inquisição. 
O problema contrário não foi desconhecido. Poucos escritores católicos, especialmente aqueles menos interessados em escavar a verdade do que em difundir uma crítica da Igreja, têm encoberto fatos incontestáveis e tentado branquear a Inquisição. Isso é tanto um desserviço à verdade como um exagero dos pontos ruins da Inquisição. Estes bem intencionados, mas equivocados, apologistas são, em certo sentido, muito parecidos com Lea, Coulton, e escritores fundamentalistas contemporâneos. Eles temem, enquanto os outros esperam, que os fatos sobre a Inquisição possam provar a ilegitimidade da Igreja Católica. 
Não Temas os Fatos
Mas os fatos falham em fazer isso. A Igreja não tem nada a temer da verdade. Nenhum relato de tolice, zelo equivocado ou crueldade pelos católicos pode desfazer a base divina da Igreja, embora, reconhecidamente, estas coisas sejam obstáculos para os católicos e não católicos também. 
O que deve ser admitido com dificuldade é que a Igreja contém em si todos os tipos de pecadores e patifes, e alguns deles obtêm posições de responsabilidade. Paulo e o próprio Cristo nos advertiram de que haveria alguns lobos devoradores entre os líderes da Igreja (At 20:29; Mt 7:15). 
Os fundamentalistas sofrem da noção equivocada de que a Igreja inclui apenas os eleitos. Para eles, os pecadores estão fora das portas. Localize os pecadores, e você localiza o lugar onde a Igreja não está. 
Pensando que os fundamentalistas possam ter uma razão em seus ataques à Inquisição, os católicos tendem a ficar na defensiva. Esta é a atitude errada; ao contrário, devemos saber o que realmente aconteceu, compreender os acontecimentos à luz dos tempos, e então explicar aos anticatólicos porque o conto desgostoso não prova o que eles acham que prova. 
Estatísticas de Araque
Muitos fundamentalistas acreditam, por exemplo, que mais pessoas morreram sob a Inquisição do que em qualquer guerra ou praga, mas nisso eles dependem de "estatísticas" falsas geradas por uma superioridade entre os anticatólicos, cada um dos quais, ao que parece, tenta vir com o maior número de desastres. 
Mas tentar endireitar tais confusões históricas pode levar a nada. Como Ronald Knox coloca, devemos ser cautelosos "a fim de que não vaguemos interminavelmente numa selva de estatísticas comparativas de atrocidades". Na verdade, ninguém sabe exatamente quantas pessoas morreram através das várias inquisições. Podemos determinar ao certo, porém, uma coisa sobre números fornecidos pelos fundamentalistas: eles são grandes demais. Um livro popular com fundamentalistas alega que 95 milhões de pessoas morreram sob a Inquisição.
A figura é tão grotescamente inoperante que alguém duvida imediatamente da sanidade do escritor, ou pelo menos de sua arfada demográfica. Não até os tempos modernos, a população desses países, onde as inquisições existiram, beira 95 milhões. 
As Inquisições não existiram na Europa do Norte, Europa Oriental, Escandinávia, ou Inglaterra, sendo confinadas principalmente ao sul da França, Itália, Espanha e algumas partes do Sacro Império Romano. A Inquisição não poderia ter matado aquelas tantas pessoas, porque aquelas partes da Europa não tinham tantas pessoas assim para matar! 
Além disso, a peste que matou um terço da população da Europa é creditada pelos historiadores a grandes mudanças na estrutura social. A Inquisição é creditada com poucos, precisamente porque o número de suas vítimas foi comparativamente pequeno. De fato, estudos recentes indicam que, no máximo, havia apenas algumas milhares de sentenças capitais efetuadas por heresia na Espanha, e estas foram ao longo de vários séculos.
Qual é o Sentido?
Em última análise, pode ser uma perda de tempo discutir sobre as estatísticas. Em vez disso, pergunte aos fundamentalistas exatamente o que eles acham que a existência da Inquisição demonstra. Eles não iriam trazer isso à tona em primeiro lugar, a menos que eles pensassem que isso prova algo sobre a Igreja Católica. E o que é essa coisa? Que os católicos são pecadores? Declarados culpados. Que às vezes as pessoas em posições de autoridade têm utilizado um julgamento pobre? Idem. Que de outra forma bons católicos, incendiados com zelo, às vezes perdem o equilíbrio? Tudo verdade, mas tais acusações poderiam ser feitas mesmo se a Inquisição nunca tivesse existido e, talvez, poderiam ser feitas sobre alguns fundamentalistas.
Escritores fundamentalistas afirmam que a existência da Inquisição comprova que a Igreja Católica não pode ser a Igreja fundada por Nosso Senhor. Eles usam a Inquisição como um bom – talvez seu melhor – mau exemplo. Eles acham que isso mostra que a Igreja Católica é ilegítima. À primeira vista, poderia parecer que sim, mas há tanta quilometragem numa tática assim que a maioria das pessoas veem de uma vez que o argumento é fraco. Uma das razões que os fundamentalistas falam sobre a Inquisição é que eles tomam isso como um ataque pessoal, imaginando que foi criada para eliminar (sim, você adivinhou) os próprios fundamentalistas. 
Não "Cristãos Bíblicos"
Eles se identificam com os cátaros (também conhecidos como os albigenses), ou talvez seja melhor dizer que eles identificam os cátaros com eles mesmos. Eles acham que os cátaros eram fundamentalistas do século XII e que os católicos fizeram a eles o que eles fariam para os fundamentalistas de hoje se eles tivessem a força política que tiveram uma vez. 
Isso é uma fantasia. Escritores fundamentalistas tomam um argumento – que os cátaros usavam uma versão vernacular da Bíblia – e concluem que essas pessoas eram "cristãos bíblicos". Na verdade, a deles era uma religião curiosa que, aparentemente (ninguém sabe ao certo), veio para a França do que agora é a Bulgária. O Catarismo era uma mistura de Gnosticismo, que alegava ter acesso a uma fonte secreta de conhecimento religioso, e do Maniqueísmo, que dizia que a matéria era má. Os cátaros acreditavam em dois deuses: o Deus "bom" do Novo Testamento, que enviou Jesus para salvar nossas almas de ficarem presas na matéria, e o Deus "mau" do Antigo Testamento, que criou o mundo material em primeiro lugar. As crenças dos cátaros implicavam consequências sociais sérias – verdadeiramente destruição da civilização. 
O casamento era desprezado porque legitimava relações sexuais, que os cátaros identificavam com o pecado original. Mas a fornicação era permitida porque era temporária, secreta, e em geral não era aprovada, enquanto o casamento era permanente, aberto e sancionado publicamente. 
As ramificações de tais teorias não são difíceis de se imaginar. Além disso, o suicídio ritual era incentivado (aqueles que não tiravam suas próprias vidas eram frequentemente "ajudados"), e os cátaros se recusavam a prestar juramentos, que, em uma sociedade feudal, significava que eles se opunham a toda a autoridade governamental. Assim, o Catarismo era tanto um perigo moral quanto político.
Mesmo Lea, tão fortemente contra a Igreja Católica, admitiu: "A causa da ortodoxia era a causa do progresso e da civilização. Se o Catarismo se tornasse dominante, ou mesmo se tivesse sido permitido existir em igualdade de condições, com certeza a sua influência não poderia deixar de ser desastrosa." Qualquer outra coisa que possa ser dita sobre o Catarismo, certamente não era o mesmo que o fundamentalismo moderno, e a simpatia fundamentalista com este sistema de crenças destrutivas, infelizmente, está equivocada. 
O Argumento Real
Muitas discussões sobre a Inquisição se atolam em números e muitos católicos não conseguem entender aonde os fundamentalistas estão realmente querendo chegar. Como resultado, os católicos se limitam a questões secundárias. Ao contrário, eles devem forçar os fundamentalistas a dizerem explicitamente o que eles estão tentando provar. 
No entanto, há uma certa utilidade, embora decididamente limitada, de demonstrar que os tipos e graus de castigos infligidos pela Inquisição Espanhola foram semelhantes (na verdade, ainda mais leves) àqueles condenados por tribunais seculares. É igualmente verdade que, apesar do que consideramos como procedimentos lamentáveis da Inquisição Espanhola, muitas pessoas preferiam ter seus casos julgados por tribunais eclesiásticos, porque os tribunais seculares tinham ainda menos garantias. De fato, historiadores encontraram registros de pessoas blasfemando nos tribunais seculares do período para que pudessem ter seu caso transferido a um tribunal eclesiástico, onde teriam uma audiência melhor. 
O mais importante para os católicos, uma vez que tenham obtido alguma apreciação da história da Inquisição, é explicar como uma instituição desse tipo poderia ter sido associada com uma Igreja estabelecida por Deus e por que não é adequado concluir, a partir da existência da Inquisição, que a Igreja Católica não é a Igreja de Cristo. Este é o verdadeiro ponto em questão, e é aí que toda discussão deve se concentrar. 
Para esse fim, é útil salientar que é fácil ver como aqueles que conduziram as Inquisições poderiam pensar que suas ações fossem justificadas. A própria Bíblia registra casos em que Deus ordenou que inquéritos formais, legais – isto é, inquisições – podiam ser realizados para expor os crentes secretos em religiões falsas. Em Deuteronômio 17:2-5 Deus disse: "Se se encontrar no meio de ti, em uma das cidades que te dá o Senhor, teu Deus, um homem ou uma mulher que faça o que é mau aos olhos do Senhor, teu Deus, violando sua aliança, indo servir outros deuses ou adorando o sol, a lua, ou o exército dos céus - o que eu não mandei -, se te derem aviso disso, logo que o souberes, farás uma investigação minuciosa. Se for verdade o que se disse, se verificares que realmente se cometeu tal abominação em Israel, farás conduzir às, portas da cidade o homem ou a mulher que cometeu essa má ação, e os apedrejarás até que morram."
É claro que houve alguns israelitas que posaram como crentes e detentores da aliança com Javé, enquanto que, interiormente, não acreditavam e praticavam secretamente falsas religiões, e até tentaram espalhá-las (cf. Dt 13:6-11). Para proteger o reino de tal heresia oculta, estes praticantes secretos de falsas religiões tiveram de ser erradicados e expulsos da comunidade. Esta diretiva do Senhor se aplicava mesmo a cidades inteiras que se afastaram da verdadeira religião (Dt 13:12-18). Como Israel, a Europa medieval era uma sociedade de reinos cristãos que foram formalmente consagrados ao Senhor Jesus Cristo. Portanto, é perfeitamente compreensível que esses católicos leriam as suas Bíblias e concluiriam que, para o bem de sua sociedade cristã, eles, como os israelitas antes deles, "devessem expurgar o mal do meio de vós" (Dt 13:05, 17:07, 12). Paulo repete esse princípio em 1 Coríntios 5:13. 
Estes mesmos textos foram interpretados de forma semelhante pelos primeiros protestantes que também tentaram erradicar e punir aqueles que consideravam como hereges. Tanto Lutero quanto Calvino endossaram o direito do Estado de proteger a sociedade, purgando a religião falsa. De fato, Calvino não apenas baniu de Genebra aqueles que não compartilhavam seus pontos de vista, ele permitiu e, em alguns casos, ordenou outros a serem executados por "heresia" (por exemplo, Jacques Gouet, torturado e decapitado em 1547, e Miguel Servet, queimado na fogueira em 1553). Na Inglaterra e na Irlanda, reformadores se envolveram em seus próprios interrogatórios e execuções cruéis. Estimativas conservadoras indicam que milhares de ingleses e irlandeses católicos foram condenados à morte, muitos sendo enforcados, arrastados e esquartejados, por praticarem a fé católica e se recusarem a se tornar protestantes. Um número ainda maior foi forçado a fugir para o continente para a sua segurança. Nós apontamos isso para mostrar que a situação era uma via de mão dupla, e ambos os lados facilmente entendiam a Bíblia para exigir o uso de sanções penais para erradicar a falsa religião da sociedade cristã. 
O fato de que os reformadores protestantes também criaram inquisições para acabarem com os católicos e outros que não se enquadrassem na linha das doutrinas da seita protestante local mostra que a existência de uma inquisição não prova que o movimento não seja de Deus. Os protestantes não podem fazer essa afirmação contra os católicos, sem ter que se voltar contra eles mesmos. Nem podem os católicos fazer tal acusação contra os protestantes. A verdade de um sistema particular de crença deve ser decidida por outros motivos.
Traduzido por Marcos Zamith, para o Veritatis Splendor, do original em inglês "The Inquisition" do websitewww.catholic.com.http://www.veritatis.com.br/apologetica/igreja-papado/9305-a-inquisicao-2

Papa Francisco reforma o código penal do Vaticano

O Site Zenit.org informou nesta quinta-feira (11/07/13) que o Presidente do Tribunal do Vaticano, Giuseppe Dalla Torre, Pe. Federico Lombardi, apresentaram as normas do novo código Penal do Vaticano, que já entrará em vigor a partir do dia 1º de setembro.
Segundo a notícia, as mudanças são: Normas complementares em matéria penal; Modificações do Código de Processo Penal; Normas gerais em matéria de sanções administrativas.
Destaca-se no texto “a ampla definição dos crimes contra menores (venda, prostituição, recrutamento, violência sexual; pornografia infantil, possesso de material pornográfico com crianças, e atos sexuais com menores”- indicou o Presidente do Tribunal Vaticano.
Zenit, ainda afirma que a reforma do código penal faz com que as normas possam ser aplicadas aos funcionários dos dicastérios da Cúria, escritórios, comissões, nunciaturas, e em geral, a todos as entidades dependentes da Santa Sé, e institui para eles a responsabilidade direta de penalidades e interdição. Permite também a extradição de pessoas que residem no Vaticano que tenham cometido crimes no país requerente. Outro efeito desta reforma é a abolição da pena de prisão perpétua, que será substituída com a detenção de 30 a 35 anos.
“As leis que entram em vigor em setembro são o prosseguimento na adequação das normas jurídicas vaticanas com as ações já empreendidas por Bento XVI”. O amplo conteúdo adere a várias convenções internacionais, como a de Genebra sobre Crimes de Guerra (1949); sobre Discriminação Racial (1965); sobre a Tortura ou tratamento cruel ou degradante (1965); e a Convenção de 1989 sobre os direitos das crianças e seus protocolos de 2000.

10/07/2013

Nota oficial do COL sobre o questionamento do MPERJ

No que diz respeito à atuação da Promotoria de Tutela Coletiva de Saúde do MPERJ, amplamente veiculada na Imprensa, vimos tecer as seguintes considerações:
Fomos informados pela Imprensa acerca da propositura de uma ação civil pública, buscando obstar a realização de licitação para que seja custeado, pela Prefeitura do Rio de Janeiro, eventual atendimento médico aos participantes da Jornada Mundial da Juventude 2013.
De acordo com a imprensa, a ação fundamenta-se na falsa premissa, sustentada apenas pelo Ministério Público, de que a JMJ 2013 seria um evento privado, e, por isso, nenhum dinheiro público poderia ser investido em sua realização.  Afirmamos a falsidade desta premissa, uma vez que a JMJ Rio 2013 será um evento realizado em parceria com o Poder Público.  O Ministério Público, embora regularmente informado, insiste em ignorar que diversos pedidos para sediar a JMJ Rio 2013 foram formulados, por escrito, pelo Governo Federal (assinado pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e reiterado pela Presidente da República, Dilma Roussef), pelo Governo Estadual e pela Prefeitura do Rio de Janeiro, no sentido de que a cidade do Rio de Janeiro fosse escolhida para sediar esta versão da JMJ.  
Anote-se que o empenho em obter o direito de sediar este evento foi equiparado ao despendido para sediar as Olimpíadas e a Copa do Mundo.  Estes órgãos da Administração Pública compreenderam a importância e magnitude do evento, percebendo que sediar uma Jornada Mundial da Juventude afirmaria, perante a comunidade internacional, a maturidade social, econômica e organizacional de nossa cidade, enviando ao mundo a mensagem de que o Rio de Janeiro é uma cidade desenvolvida e segura, plenamente capaz de igualar - ou mesmo superar – outras, no que diz respeito à realização de grandes eventos. 
Não se pode considerar que uma Copa do Mundo, ou uma Olimpíada sejam eventos exclusivamente privados, embora sejam organizados por entidades privadas (respectivamente, FIFA e COI).  A realização de eventos de tal porte demandam participação ativa dos entes estatais que disputaram o direito de sediá-los.  No entanto, na míope visão da Promotoria de Tutela Coletiva da Saúde, a JMJ - evento que ombreia-se (ou mesmo supera) a estes eventos em termos de magnitude - é de ser tratada como um mero evento privado, não obstante a previsão de um público de mais de 2 milhões de pessoas entre turistas e residentes.
É fato que a JMJ Rio 2013 trará ao Município do Rio de Janeiro um público de magnitude inédita, que já está chegando à cidade, vindo de todas as partes do planeta, fato este que, incontestavelmente, promoverá mundialmente nossa cidade, trazendo literalmente milhões de turistas e incontáveis oportunidades para os cariocas e para todos os setores da economia local.  Resta claro então que a JMJ Rio 2013 não pode ser compreendida como um evento exclusivamente religioso e muito menos privado.
Informamos ainda, em consonância com a mencionada parceria com o Poder Público, que a segurança do evento será conduzida pelas Forças Armadas que serão responsáveis pela manutenção da ordem no local do evento. Tal se deve à decisão da Presidência da República, que optou pelo emprego das Forças Armadas, nos termos da legislação vigente.  Assim, verifica-se empenho do Poder Público em prover a segurança do evento.  Nada mais justo do que o Poder Público prover atendimento médico aos participantes do evento, bem como a todos os que estiverem nas imediações e necessitarem de eventual atendimento médico.
É certo ainda que os organizadores da JMJ Rio 2013 têm atendido sistematicamente a todas as recomendações do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, elaboradas pelas Promotorias da Infância e Juventude, Tutela Coletiva de Saúde, Meio Ambiente e todas as demais, atuando no sentido de que o evento seja um sucesso, sobretudo no que diz respeito à segurança e bem estar de todos.
Lamentamos ainda o fato de a Imprensa ter tido amplo acesso aos termos da inicial da ação civil pública proposta – sendo que determinados segmentos da imprensa tiveram acesso ao texto integral, inclusive informando detalhes, como o número de páginas da peça - enquanto a Organização da JMJ 2013 ainda busca obter acesso à mesma.  Lamentamos ainda que tal prática esteja se tornando reiterada na atuação da Promotoria de Tutelas Coletiva da Saúde, no Estado do Rio de Janeiro.
Assim, os organizadores da JMJ 2013 informam que oferecerão oportunamente resposta à inicial proposta, certos de que o Poder Judiciário decidirá a questão atendendo a todos os anseios da sociedade, e que, apesar de tais obstáculos, a JMJ 2013 será um sucesso.